terça-feira, 4 de novembro de 2008

Como imaginamos os médicos?

Quinta-feira, 13 de Outubro de 76
  • Olhando as cenas coladas nas cartolinas percebe-se de imediato que existem cenas bem longas e outras bem curtas. Podemos trabalhá-las com esse dado.
  • Precisamos arranjar as fitas cassetes. Dezoito. Uma para cada cena.
  • A cena da Rosinha falando (XI) pode ser feita na TV. Primeiro aparece a Rosinha falando e depois slides que tenham relação com que ela está dizendo.

Começam a fazer as cenas.
São feitas as cenas XVI, XVII, XVIII

Depois:

Antônio - Precisamos dar atenção ao espaço que ocupamos. Fazer mais ou menos a marcação do espaço.

Cláudio - Não to achando legal a gente começar a fazer pelas últimas cenas. Se a gente começar do início é possível se estabelecer o ambiente da peça.

Chico - As cenas musicais não têm tradição. As situações, tanto no início, meio ou fim precisam ser criadas. A peça pede nossa colaboração. A peça mostra 3 médicos despistando um doente. Devemos começar a fazer pela cena que indique esta situação mais claramente.

Começa-se novamente a fazer. Pela cena XV.

Chico: João, esqueça de interpretar e se preocupe em fazer com que as pessoas entendam o que você está dizendo.
Vocês já foram à Pirenópolis?
Viram o teatro que fazem lá?
É horrorosamente mal feito.
Falam declamado. Pontuam os gestos.
Há aí toda uma estrutura do mau gosto.
Podemos fazer um teatro assim: escandaloso, entrecortado, pausado (Não há necessidade de se falar o tempo todo).

Como imaginamos os médicos?

  •  O homeopata – hippy
  • O hidropata - matuto
  • O alopata – declamador
(Se esses tipos se mostrarem bons podemos exercitá-los).

O homeopata hippy – fala manso o tempo todo. Com os olhos brilhando.

Malandro e hippy: Qual a diferença?

O malandro acha que pode resolver qualquer situação.
O hippy é o malandro da sociedade de consumo. Malandragem da ausência, omisso. Conhece as técnicas da repressão, por isso não enfrenta.
Os dois são extremamente parecidos. São os ídolos da marginália.

Podemos fazer um teatro livre das regras usuais.
Mas se ver livres das regras é obedecer algumas:

  • Falar dum jeito que a última pessoa da fila possa ouvir. A velhinha meio surda da última fila deve ouvir também.
  • Colocar a intenção da peça em cada palavra, cada frase que for dita. Cada cena tem também uma subinteção já que a peça toda tem uma intenção.
  • O gesto é sempre anterior às falas. Por isso pode-se explorar o ridículo do declamador. O declamador fala pra depois fazer o gesto correspondente.

Vamos nos organizar?
Nos ancorar no texto?
Como? Ler, interpretando.

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